Aquele vazio. Eu me sinto hoje sem nada, como se meu sentido de viver tivesse evaporado como água em ponto de ebulição. E agora? Me pergunto a cada segundo dos dias em que não há pessoas, vozes, cheiros, emoção, amor; e são todos, desde que você se foi. Eu vivia pra você, com você, de você, e sem você, meu bem, (aquele velho clichê me cabe) não vivo. Existo. É, continuo aqui. Por vezes achei que morreria, falo do fato em si, morrer, o coração parar, os órgãos desfalecerem, isso mesmo. Não aconteceu. Mas ainda assim morri. Na alma. Sou feita de restos, de lembranças, daquilo que ficou de nós dois. Hoje, só o que sinto é saudade. Ah, não sabes. Não leia e tente entender. Não compare minha saudade com qualquer uma que você sentiu qualquer vez na tua vida, do teu hamster, ou do porquinho da índia, do peixe que comeu demais e morreu, dos esportes que você praticou, das músicas que escutava aos 15, das meninas que beijou ou dos amigos que perdeu o contato. Minha saudade é outra. É dor profunda. É ferida que não sara, e não adiantam doses absurdas de merthiolate (nem daquele que arde, lembra?). Eu finjo. Digo que não dói mais, que cicatrizou. Que você faz o que bem entender e que minha vida não depende mais da sua. Mentira. Eu minto. Distribuo sorrisos e abraços que não são meus, nem teus. Eu preciso disso. Mas não dá. Eu tento, fujo de mim, daqui, da sombra. Estou só, tão somente sozinha. Perdi a luz, o brilho, meu sol, estrela maior. E aqui , espero tua volta. Agora com minha verdade, sinto sua falta. Não esqueça, você mora em mim. Te espero , no sábado a tarde pra gente ser feliz, outra e mais uma vez;
BIANCA ALBUQUERQUE