quinta-feira, 21 de abril de 2011

Na Penumbra



Aquele vazio. Eu me sinto hoje sem nada, como se meu sentido de viver tivesse evaporado como água em ponto de ebulição. E agora? Me pergunto a cada segundo dos dias em que não há pessoas, vozes, cheiros, emoção, amor; e são todos, desde que você se foi. Eu vivia pra você, com você, de você, e sem você, meu bem, (aquele velho clichê me cabe) não vivo. Existo. É, continuo aqui. Por vezes achei que morreria, falo do fato em si, morrer, o coração parar, os órgãos desfalecerem, isso mesmo. Não aconteceu. Mas ainda assim morri. Na alma. Sou feita de restos, de lembranças, daquilo que ficou de nós dois. Hoje, só o que sinto é saudade. Ah, não sabes. Não leia e tente entender. Não compare minha saudade com qualquer uma que você sentiu qualquer vez na tua vida, do teu hamster, ou do porquinho da índia, do peixe que comeu demais e morreu, dos esportes que você praticou, das músicas que escutava aos 15, das meninas que beijou ou dos amigos que perdeu o contato. Minha saudade é outra. É dor profunda. É ferida que não sara, e não adiantam doses absurdas de merthiolate (nem daquele que arde, lembra?). Eu finjo. Digo que não dói mais, que cicatrizou. Que você faz o que bem entender e que minha vida não depende mais da sua. Mentira. Eu minto. Distribuo sorrisos e abraços que não são meus, nem teus. Eu preciso disso. Mas não dá. Eu tento, fujo de mim, daqui, da sombra. Estou só, tão somente sozinha. Perdi a luz, o brilho, meu sol, estrela maior. E aqui , espero tua volta. Agora com minha verdade, sinto sua falta. Não esqueça, você mora em mim. Te espero , no sábado a tarde pra gente ser feliz, outra e mais uma vez;

BIANCA ALBUQUERQUE

domingo, 10 de abril de 2011

sem título II


sem título I

Ele escutava a flor e fazia o caminho de sempre até o café onde havia a conhecido, ele tinha tomado uma decisão difícil: tinha ido embora e de um tempo pra cá ele não pensava muito em outras coisas. Ele gostava muito dela e do que ele poderia ser quando estava com ela, não há coisa melhor que conversar com alguém que nos faz ver o mundo de uma forma diferente, mais bonita e aquilo o fazia bem. Mas ele foi embora, foi embora porque sabia que ela era um acaso em sua vida, mas que logo-logo quando vira-se uma rotina ela iria começar a perceber seus muitos defeitos e ficaria irritada quando ele senti-se ciúmes e sim, ele sentiria muito ciúmes dela. Ele tomou a decisão de ir embora porque preferia que ela lembra-se dele, do jeito que ele era naquele momento e não em como ele poderia tentar tirar a sua liberdade. Pensar naquilo o incomodava, mas incomodava mais ficar sem ela e desde que eles pararam de se ver, ele havia procurado ela em todos os lugares que eles frequentavam, queria encontra-la um dia na rua para observa-la, nem que seja de longe, só parar se assegurar que ela estava melhor sem ele, estava bem. Ela não tinha procurado por ele e isso fez ele criar muitas hipóteses do que estava passando na cabeça dela e não conseguia parar de pensar que ela gostasse de estar só ou que estivesse quem sabe, com raiva. Ele imaginava sempre ela andando pelas ruas com seu vestido florido, solto, sem levar nada nas mãos, nem a chave de casa, que deixava com o porteiro porque não gostava de carregar nada consigo, se sentia mais livre e a liberdade era o que ele havia dado para ela, só que por mais que a amasse não conseguia ficar feliz longe dela, e isso o consumia de uma forma unica. Ele ja havia desistido de rodar por ai e encontra-la.... Então, todos os dias, ele ia pro mesmo café onde a tinha visto pela primeira vez, a algum tempo atrás. Queria dizer tudo que estava entupindo suas artérias, sufocando seu sentidos, e nesse dia, quando chegou ao café - mais uma vez - tinha esperança de vê-la! Ela sempre ia olhar seu horóscopo semanal nos domingos, dizia que ser aquariana não é nada fácil e precisava da ajuda dos astros, então, sentava na segunda mesa a esquerda do balcão e tomava três cafés expressos. Já havia se passado 67 dias e ele estava sentado na mesa quando seu celular tocou, era ela, sua lua.


[CONTINUA]

Fernanda Barros

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O que você nunca vai saber.

"Você não precisa saber que eu choro porque me sinto pequena num mundo gigante. Nem que eu faço coisas estúpidas quando estou carente. Você nunca vai saber da minha mania de me expor em palavras, que eu escrevo o tempo todo, em qualquer lugar. Muito menos que eu estou escrevendo sobre você neste exato momento. E não pense que é falta de consideração eu dividir tanto de mim com tanta gente e excluir você dessa minha segunda vida, porque há duas maneiras de saber o que eu não digo sobre mim: lendo nas entrelinhas dos meus textos e olhando nos meus olhos. E a segunda opção ninguém mais tem."


Verônica H.