sábado, 18 de junho de 2011

Porque o amor está fora de moda.

Eu tenho pensado muito nas meninas. Em todas, em especial nas que levaram uns tombos depois de breves beijos na calçada e resolvem brincar de crescer e agora não sabem como parar com isso. Tenho pensado nas suas habilidades em tecer expectativas por amores fabulosos, amores de Chico, romances de García Márquez, histórias de Roger Mitchell, com Julia Roberts e Hugh Grant. Ao criar tantas expectativas, viver a realidade não é decepção. É mero retrabalho.

Tenho pensado em suas novas músicas alegres e ruins, suas novas roupas luminosas clamando atenção para o que pouco importa, suas novas soluções alcoólicas, suas velhas mentiras que insistem em contar, seus finais infelizes, suas vidas escritas à caneta, aquele jeitinho doce e dissimulado de começar falando pelo final, suas vozes roucas de tanto gritar, seus chicletes de menta imitando o sabor de suas vidas após doze minutos, dentre lábios que mereciam estar sendo mordiscados nesse exato instante e não procurando sensações na tela do computador.

Tenho pensado nos três pontos finais que os moços colocam e elas teimam em ver ali reticências, uma réstia de esperança de que o episódio não signifique o óbvio, um tijolo a menos nas suas construções afetivas. Ontem eu vi uma menina de cinco ou seis tendo um de seus primeiros desejos latentes negados: um sorvete num parquinho meio vazio, aspirando brisa, com os cabelos finos desgrenhados pelo vento frio. Meninas são isso: fadas chorosas por sorvete fora de época, e não consigo lembrar, mais ou menos, o dia em que nós rapazes perdemos a conta disso e passamos a negar todos os sabores.

Com tantos direitos conquistados, foram perder justo o de ser feliz. Ir, rir e vir, sem precisar filtrar seus graus ou preocupar-se com o que o pai ou a cidade inteira vai pensar. Bárbaras e ninguém vê. Perfumadas e ninguém cheira. Ensaiadas e ninguém assiste. Indumentadas e ninguém elogia. Cheias de mistério e ninguém desvenda. Repletas de segredos e ninguém quer saber. Entupidas de palavras e ninguém pra ouvir. Com mais de 10 mil terminações nervosas em cada área intocada e ninguém pra pousar a mão quieta por mais de cinco minutos. Cheias de cena e ninguém a aplaudir. Cheias de blogs floridos que ninguém lê. Com dois ou três números de telefone aguardando ninguém ligar. Cheias de curva e todo mundo passando reto.

Se valorizando, se insinuando, se poupando para no fim se dar de graça, pois o "mercado" (péssima analogia) está em baixa e o que vier, mesmo sem nunca ter botado os olhos num Neruda ou num Almodóvar ou num Michael Buble, vem bem, é lucro. Eternamente se doando sem receber a cesta básica em troca: carinhos, fungadas, afagos, ombros, ouvidos, palavras, proteção, segurança, pão com ovo, telefonemas, cócegas, bilhetes, rosas de alguma cor ou beijos de lábios que caminham calorosa e cuidadosamente, transitando por pescoços, braços e orelhas.

Não pulgas e sim beijos atrás das orelhas, ali onde nenhuma menina tem o mesmo perfume da outra, o que desmente a tese de serem todas iguais. Elas só querem as mesmas coisas, talvez não agora, nesse momento, lugar ou fase da vida, e provavelmente não hoje, nessa festa ou reunião de amigos, na frente de vocês, em parquinhos vazios. Porque o amor está fora de moda.



Gabito Nunes


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É incrível como eu posso estar sem tempo assim, mas esse ano é ano de enlouquecer e eu estou sem tempo de digitar qualquer coisa que esteja no meu caderno. Mas Gabito fala por mim, seu lindo. 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Prefiro assim.

Ja estou acostumada em ser conhecida entre as amigas como a que não tem coração, ou, como a que tem um coração tão seu que não divide com ninguém. Que culpa eu tenho? Quando eu resolvo que quero me dividir com alguém, saio machucada. Tenho uma zona de segurança muito grande me envolvendo. E prefiro que continue assim. Me doar, faz doer, sendo assim prefiro continuar andando só. A dor da solidão eu conheço bem. Ser dois não combina comigo. Chamem do que quiser, carma,  trauma, exagero, neurose.. Pra mim, é bem mais fácil acordar sem esperar escutar a voz de alguém que me ligou apenas pra dizer 'bom dia!', bem melhor que esperar em vão. Não tenha pena de mim, eu não sirvo para amar, esse amor cartão-postal que vocês amam por ai. Mas, é só isso. Eu me comporto bem direitinho, me divirto e tem dias até que fico feliz fazendo uma bola com meus chicletes de uva, assistindo algum filme de ficção indicado por algum amigo e pintando as unhas da cor do meu humor, as vezes cores fortes, quentes e outras vezes não. Não quero mais me encantar por ninguém. Não quero esperar coisas boas de mais ninguém. Mas eu to bem, não precisa se preoculpar não. Apenas decidi que minha felicidade, só depende de mim.


FERNANDA BARROS

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Na Penumbra



Aquele vazio. Eu me sinto hoje sem nada, como se meu sentido de viver tivesse evaporado como água em ponto de ebulição. E agora? Me pergunto a cada segundo dos dias em que não há pessoas, vozes, cheiros, emoção, amor; e são todos, desde que você se foi. Eu vivia pra você, com você, de você, e sem você, meu bem, (aquele velho clichê me cabe) não vivo. Existo. É, continuo aqui. Por vezes achei que morreria, falo do fato em si, morrer, o coração parar, os órgãos desfalecerem, isso mesmo. Não aconteceu. Mas ainda assim morri. Na alma. Sou feita de restos, de lembranças, daquilo que ficou de nós dois. Hoje, só o que sinto é saudade. Ah, não sabes. Não leia e tente entender. Não compare minha saudade com qualquer uma que você sentiu qualquer vez na tua vida, do teu hamster, ou do porquinho da índia, do peixe que comeu demais e morreu, dos esportes que você praticou, das músicas que escutava aos 15, das meninas que beijou ou dos amigos que perdeu o contato. Minha saudade é outra. É dor profunda. É ferida que não sara, e não adiantam doses absurdas de merthiolate (nem daquele que arde, lembra?). Eu finjo. Digo que não dói mais, que cicatrizou. Que você faz o que bem entender e que minha vida não depende mais da sua. Mentira. Eu minto. Distribuo sorrisos e abraços que não são meus, nem teus. Eu preciso disso. Mas não dá. Eu tento, fujo de mim, daqui, da sombra. Estou só, tão somente sozinha. Perdi a luz, o brilho, meu sol, estrela maior. E aqui , espero tua volta. Agora com minha verdade, sinto sua falta. Não esqueça, você mora em mim. Te espero , no sábado a tarde pra gente ser feliz, outra e mais uma vez;

BIANCA ALBUQUERQUE

domingo, 10 de abril de 2011

sem título II


sem título I

Ele escutava a flor e fazia o caminho de sempre até o café onde havia a conhecido, ele tinha tomado uma decisão difícil: tinha ido embora e de um tempo pra cá ele não pensava muito em outras coisas. Ele gostava muito dela e do que ele poderia ser quando estava com ela, não há coisa melhor que conversar com alguém que nos faz ver o mundo de uma forma diferente, mais bonita e aquilo o fazia bem. Mas ele foi embora, foi embora porque sabia que ela era um acaso em sua vida, mas que logo-logo quando vira-se uma rotina ela iria começar a perceber seus muitos defeitos e ficaria irritada quando ele senti-se ciúmes e sim, ele sentiria muito ciúmes dela. Ele tomou a decisão de ir embora porque preferia que ela lembra-se dele, do jeito que ele era naquele momento e não em como ele poderia tentar tirar a sua liberdade. Pensar naquilo o incomodava, mas incomodava mais ficar sem ela e desde que eles pararam de se ver, ele havia procurado ela em todos os lugares que eles frequentavam, queria encontra-la um dia na rua para observa-la, nem que seja de longe, só parar se assegurar que ela estava melhor sem ele, estava bem. Ela não tinha procurado por ele e isso fez ele criar muitas hipóteses do que estava passando na cabeça dela e não conseguia parar de pensar que ela gostasse de estar só ou que estivesse quem sabe, com raiva. Ele imaginava sempre ela andando pelas ruas com seu vestido florido, solto, sem levar nada nas mãos, nem a chave de casa, que deixava com o porteiro porque não gostava de carregar nada consigo, se sentia mais livre e a liberdade era o que ele havia dado para ela, só que por mais que a amasse não conseguia ficar feliz longe dela, e isso o consumia de uma forma unica. Ele ja havia desistido de rodar por ai e encontra-la.... Então, todos os dias, ele ia pro mesmo café onde a tinha visto pela primeira vez, a algum tempo atrás. Queria dizer tudo que estava entupindo suas artérias, sufocando seu sentidos, e nesse dia, quando chegou ao café - mais uma vez - tinha esperança de vê-la! Ela sempre ia olhar seu horóscopo semanal nos domingos, dizia que ser aquariana não é nada fácil e precisava da ajuda dos astros, então, sentava na segunda mesa a esquerda do balcão e tomava três cafés expressos. Já havia se passado 67 dias e ele estava sentado na mesa quando seu celular tocou, era ela, sua lua.


[CONTINUA]

Fernanda Barros

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O que você nunca vai saber.

"Você não precisa saber que eu choro porque me sinto pequena num mundo gigante. Nem que eu faço coisas estúpidas quando estou carente. Você nunca vai saber da minha mania de me expor em palavras, que eu escrevo o tempo todo, em qualquer lugar. Muito menos que eu estou escrevendo sobre você neste exato momento. E não pense que é falta de consideração eu dividir tanto de mim com tanta gente e excluir você dessa minha segunda vida, porque há duas maneiras de saber o que eu não digo sobre mim: lendo nas entrelinhas dos meus textos e olhando nos meus olhos. E a segunda opção ninguém mais tem."


Verônica H.

sábado, 26 de março de 2011

Quando você não esta por perto!




Você já me conheceu assim, você já me conheceu sem paciência pra ensinar o caminho para desconhecidos, ou mascar chiclete, o engolindo sempre com se fossem uma bala qualquer. Já me conheceu sem misturar arroz com macarrão - macarrão só se mistura com molho - me conheceu exageradamente carinhosa quando um vírus da gripe resolvia te atacar. Ah, nem venha dizer que eu te enganei, eu não fingi que cantava bem, nem sei se isso é possível. Sou desafinada e canto embaixo do chuveiro, e daí? Você achava isso bonitinho no começo, você até gravou e usou como o toque do seu celular. Meus defeitinhos ou melhor, minhas peculiaridades foram sempre motivos de riso e gozação da sua parte, eramos assim, completinhos, amavamos as qualidades e riamos dos defeitos, não assumimos nosso amor em público, apenas o ódio, eramos gato e rato e só quando as coisas começam a tomar rumo diferente que vemos que a vida tem várias estradas, e que esse tal de amor pode ser entre outras coisas, um circulo, que nos trás voltar ao ponto de partida, o primeiro parágrafo, o início. Mas nós não somos pessoas de fácil acesso como muitas por ai, e por isso, mesmo que você conheça outras, e se apaixone de novo, e de novo, e de novo, incansáveis vezes vai sentir falta de como ficávamos tão bem enquadrados em uma fotografia, principalmente as que são preto&branco (elas fazem o nosso contraste parecer pequeno). Vai sentir falta quando procurar na sua agenda e não ver meu número, mas precisar muito de alguém pra te dizer que vai dar tudo certo e a dentista não vai te dar uma injeção letal, é apenas anestesia local que impede os seus impulsos nervosos chegarem até o cérebro, impedindo você de sentir dor. Não vai ter quem te diga que não é pra você andar de elevador nos dias de sexta a tarde porque teve uma intuição boba, mesmo que te faça subir oito andares de escadas intermináveis. Você se sente querido quando esta do meu lado, se sente protegido e gosta quando eu falo demais de você e esqueço de falar de mim, porque no fim do dia quando do nada você me olha e me faz um elogio a minha canela, que esta um pouco mais corada, me faz corar por inteiro, me faz lembrar que eu não sou você, e preciso olhar mais pra mim. Vou sentir falta de você me olhando, com aquela cara de maníaco-tarado. Mas, contudo, preciso deixar você seguir em frente e achar alguém que saiba pelo menos tocar mais de duas músicas na viola pra você, e que não te faça rir quando tenta ter uma conversa séria. Você é um moço bacana, tem um bom coração, e vai encontrar alguém pra te convencer que corações não quebram, que de um amor pro outro se guardam apenas recordações. O nosso não, o nosso vai ser guardado no mínimo como o mais bonitinho.


Fernanda Barros

quinta-feira, 17 de março de 2011

Começou errado, Terminou certo.

Começou errado. Você querendo uma distração quando o mundo ao seu redor ficar chato demais e eu, bem, eu querendo alguém que diga que eu sou linda e cheirosa mesmo quando eu acabar de sair de um treino físico, suada e descabelada. Começou errado, porque somos diferentes e pessoas diferentes não devem ficar juntas, deveria ser uma lei, sabe? Somos diferentes de tal forma que eu não gosto de rotina, não gosto de repetição, gosto de mudar detalhes e permanecer essência, e você só quer alguém te esperando com as mesmas frases, os mesmos carinhos, as mesmas novidades - que de novas não tem nada - enquanto você está em um bar com a sua turma se vangloriando por "ter" a mulher perfeita que é independente financeiramente mas sabe cozinhar, que é louca pelo cazuza mas que sabe dançar um forró pé de serra quando você está afim. Não sabe você que essa mulher mil e uma utilidades que você diz que "tem", não te pertence. Nem a você e nem a ninguém. Simplesmente porque ela não gosta de pertencer, e essa é uma de suas utilidade e é uma das razões pela qual não vai ser você que vai estar num domingo chuvoso assistindo esqueceram de mim ao meu lado, porque EU quero alguém pra se somar a mim, que eu possa chamar de nós, VOCÊ quer um chaveirinho de carro, chamar de sua. Eu não vou reclamar, você sabe... Pegaria mal! Você quer alguém que só sorria e fale da bolsa de valores, e eu quero poder reclamar. Reclamar, gritar, berrar, brigar mesmo, pra depois fazer as pazes com um beijo brutal, daqueles que parecem briga, mordida, eu quero enlouquecer. Eu sei o que você está pensando, "porque diabos você ainda não foi embora?" Porque eu te amo, porra! E mesmo que eu esteja cansada de tudo isso aqui, ainda é você que faz aqueles clichês de apaixonada se aflorarem em mim. Esta chegando perto o dia que eu vou voltar a seguir sozinha minha trilha, a menina geniosa, indomável de sempre. Aquela garota pela qual você se apaixonou e que agora, só te diz que começou errado. Começou errado mas vai terminar certo, porque o que ainda nos mantém unidos não esta sendo suficientemente importante, te vejo como alguém diferente, que fala outro idioma, e eu vou repetir comigo mesma, a partir de hoje, tem que ser, sem muito, ser necessário ser bonito, porque se não for, eu não quero. Meu coração partiu pra outro lugar.


Fernanda Barros

sexta-feira, 4 de março de 2011

E até então,

Pra mim, relacionamentos não se acabavam: Se transformavam! Eramos amigos, depois namorados, foi uma transformação. Mas sabe como é sexto sentido de mulher e no meu caso, sétimo, oitavo... alguma coisa nas suas declaração de amor eterno e fidelidade não soavam verdadeiras, e eu resolvi dessa vez seguir o meu coração. Ai já viu né... Fui embora com um pé atrás, tinha medo de magoar uma pessoa que se mostrou tão bonita e blablabla, mas desde então você esta provando o que meus sentidos extras estavam me alertando, que pra você amores são assim: hoje eu te amo, amanhã eu fujo de você. Afinal, toda sua vida se resume a uma fuga constante de tudo que é certo e descente, cuidado pra não fazer do seu ciclo de amizade o seu clubinho exclusivo de vítimas emocionas, misturando burrice e egoísmo. Ser homem, ter caráter, é muito difícil, mas uma hora, com o tempo, a maioria cresce, só tome cuidado para não ser tarde demais e você ja ter magoado a todos que gostavam de você. O carinho? continua aqui, estático. Por enquanto. Quando as atitudes que esperamos das pessoas por quem nos apaixonamos um dia não são as que elas tomam, começamos a desconfiar que esse é um amor tolo. Mas pelo menos, você me ajudou em uma coisa: Reater a fé em mim, no meu próprio coração. Confiar mais em mim mesma e me lembrou o que eu não posso esquecer. Que pra regra de vocês, não existe excessão, e que hoje você faz parte daquela minha lista de decpções - Parabéns! Talvez eu esteja exagerando, afinal fui eu quem criou expectativas sobre você: Moral, caráter, bons constumes, educação, bom senso, respeito com o próximo... Nem todos tem, né? E veja bem, dependendo do ângulo que se olhe vocês até se combinam, você o que eu estou tentando dizer, quem você esta se mostrando ser, quem você me dizia que ela é... sinto uma certa ligação! Só quero que você bata na sua boca antes de falar meu nome em bão por ai, falar algo que não condiz com a realidade. Porque modestia parte, eu nasci pra ser feliz e minha fé nas pessoas não será abalada por alguém com tão pouca palavra, que muda de opiniões como troca de camisa. Todo fim tem duas versões, mas antes de me difamar por ai, lembre-se que o nosso ciclo de amizades é o mesmo, que respeito é bom e eu gosto e que sim, nesse caso: deve-se haver rancor, onde já se teve amor.




FERNANDA BARROS

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

sem título I

Era um domingo chuvoso, fazia frio no carro e algo dizia a ela que hoje seria mais um dia sem notícias dele. Ela pegou o livro que estava na sua bolsa rosa favorita e tentou se enganar, fingindo que estava  entendendo aquela louca história de ficção quando na verdade estava apenas folheando sem se focar muito em qualquer coisa. Ela pensava muito nele e não importava muito se era na chuva ou no sol, de dia ou a noite, em algum lugar da rua, no elevador, ou dentro de casa, ela simplesmente pensava muito nele, nele e na ironia que era tudo aquilo! Afinal, ela quando ainda era uma desapaixonada dizia que amor, nunca era demais e hoje ficava tentando esvaziar esse amor inflamável, parecia uma doença degenerativa, pensava: Contagia todo o meu corpo. As pessoas geralmente, acabam procurando exatamente o que vai doer mais fundo, cada vez mais. E a diferença dela para essas pessoas é que ela fazia isso de forma consciente e acabava com medo, medo de ser compulsiva e tanto amor acabar lhe fazendo mal. O carro parou e ela pensou que Deus tivesse querendo pregar uma peça nela, talvez porque queria vê-la sofrer por todos os outros caras que ela não deu valor ou talvez fosse um sinal de que eles dariam certo. O carro havia parado em um sinal, ele estava atravessando a rua na faixa de pedestres bem em frente a ela, a mesma calça rasgada no bolso esquerdo que ela já havia esquecido de como caia bem nele, os fones acoplados aos ouvidos e com as batidas aceleradas do coração ela ficou tentando adivinhar qual a música que ele estava escutando e em uma fração de segundos o sinal ja estava aberto e sua carona foi embora deixando ela na dúvida se ele escutava o chico ou beatles. [...] O clima nostálgico do que ela tinha acabo de ver a dois quarteirões de casa, havia feito ela remexer a gaveta procurando o bilhete que ele havia deixado junto de uma camisa e um CD. O CD era o preferido dos dois, que havia sido escolhido após uma eleição muito justa onde o voto dela valia mais e ele nem ligava porque ela    havia feito o seu bico favorito. A camisa, bem, a camisa não era nem de um, nem de outro, era o único objeto que guardava o cheiro dos dois, como um amuleto, um símbolo, eles haviam comprado no primeiro show que foram juntos, onde ele percebeu que era com ela que queria ir para todos os outros show de sua vida, ela não, ela havia percebido isso um pouco antes, no momento exato que ele chegou com os ingresso para ver sua banda favorita, sem ela nem ter mencionado que ouvia aquele som. O bilhete ainda estava no mesmo lugar e ainda não fazia sentido, como não fez a exatos 67 dias atrás:


Lua, 
Estou levando comigo uma cópia do nosso disco, confesso que fiquei tentado a mudar a faixa 2 de lugar, mas não tive coragem. Peguei o seu frasco reserva de perfume, por dois motivos: pra ir me desacostumando aos poucos do teu cheiro e porque imaginar o seu biquinho de braba que você está fazendo agora, me faz dar um sorriso de meia boca. Sei que posso estar sendo egoísta, mas posso te pedir um favor? me guarda como sua melhor saudade! Adeus minha lua, até o próximo eclipse, 
                                                                                            do teu, pra sempre teu, Sol.


Logo que leu o bilhete ela não derramou lágrima alguma, achou, a princípio que tudo aquilo fosse uma grande brincadeira, que ele havia apenas ido se alimentar em um boteco de uma esquina qualquer. Ela se enroscou na camisa, ligou o toca-fitas e deitou, ficou deitada por oito horas seguidas, revivendo mentalmente a história dos dois desde o começo e tentando entender o que havia de errado, pensou em perguntar para alguém, pedir conselhos, mas nem um profissional poderia ajudar, eles eram tudo, menos convencionais e ela não pensava em mais ninguém que não fosse ele para acompanha-la em um piquenique num parque a tarde, ou em alguma dessas reuniões chatas e inconvenientes de condomínio. Depois de 67 dias ela havia o avistado pela primeira vez, mesmo sentindo-se perto dele as vezes. Havia resistido por 67 dias, hoje ela discou o número do seu celular, pela primeira vez. 
[CONTINUA]


Fernanda Barros

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

'Pode ser até manhã

Sendo claro, feito o dia.' ♪


Hoje é você quer quer ir embora. Eu sei, você me deixou ir nas outras 283 vezes que eu disse que iria. Antes não tivesse deixado. Eu estou te dizendo e quero que acredite, você vai pedir pra voltar. Vai pedir pelo simples fato de sentir falta, você vai sentir falta do nosso mundo, dos meus telefonemas, das nossas brigas por besteira, nossas reconciliações desesperadas e tudo que é só nosso, não necessariamente falta de mim. Sua vida vai ficar vazia, vaga. Hoje você está querendo liberdade, acha que eu e nossa rotina estamos te sufocando. Sufocante é a vida la fora, meu caro. No começo você pode achar que todos os dias seram novos,  você vai ter dias legais, no início, porque faz tempo que você não anda sozinho, então todos os dias seram novos, você terá o mistério de não saber como vai terminar o dia, será até um pouco excitante, fazer coisas que não faz a tanto tempo... Será como se fosse a primeira vez, novamente. Mas depois de um tempo você vai ver que não vale a pena andar sozinho, ficar sozinho, você vai sentir falta de mim! Fica vendo, experiência própria. Você vai. Depois você vai pedir pra voltar. Eu vou deixar, porque simplesmente não sei o que fazer com esse vazio que você deixou. Vou te apertar e não vou perder a oportunidade de dizer "eu te avisei - haha". E como dizem, vão te perguntar se você já voltou e você vai responder dizendo que nunca foi embora.


Fernanda Barros

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

"E quem vai me levar

Entre as estrelas, quem vai fazer
Toda manhã me cobrir de luz?
Quem, além de você?



Fico com raiva de mim mesma, fico com raiva por não conseguir me conter. Fico repetindo pra mim, todas as manhãs: Hoje não! Hoje eu não vou ligar pra ele, nem mandar mensagem, nem recadinho. Hoje ele que vai me procurar, vai dizer que está com saudade, que me ama e que quer me ver. Ta, não é pra tanto. Eu sei que essa sua vida de comer, dormir, ir pra academia e farrar é muito conturbada pra você ter algum tempo pra lembrar de mim. Mas existem intervalos de tempo, pequenos intervalos de tempo, quando você assiste bob esponja, quando liga a tv as 9! Quando você ver nossa foto pendurada torta perto do seu computador, quando alguém na rua passar com o meu perfume, eu sei, existem intervalos de tempo que você pensa em mim. Mas custa alguma coisa vir aqui pra me ver? São 123 Km de distância, blablabla, eu sei! Mas o que importa? Eu quero te ver, ora! Eu iria até de borboleta pra te ver (você sabe do meu pavor). O que custa você botar 30 reais de gasolina e vir me ver, ou gastar 30 centavos em uma mensagem me dizendo que está com saudade, nem que seja saudade da minha barriga? Eu preciso de você, poxa! Preciso de você porque és um dos únicos seres pensantes que eu amo. Apesar de parecer idiota, eu preciso de você me dizendo que eu não posso precisar, que eu sou mais. Espero em todo cara que eu conheço um pedacinho de você, espero que ele me faça muitas perguntas, seguidas, sobre o mesmo assunto, como quem quer mostrar que se interessa muito pela minha vida, como você faz! Mesmo que eu não me importe em simplesmente escutar você fala, eu te coloco até no mute e fico te olhando e só aumento o volume quando você diz: "poxa nanda, era pra tu morar aqui" amo te escutar dizendo isso, principalmente esse poxa, que tu faz com uma carinha tão linda, é o que eu mais sinto falta. Poderia fazer uma lista de coisas bobas que eu não gosto em você, mas adoraria tê-las comigo se juntas viessem suas mãos quentes seu olhar de quem diz: 'calma nanda, eu não vou te beijar, eu só vou te olhar nos olhos, e te convencer a me beijar' e eu olho, olho teus olhos brilhando, me hipnotizo e te roubo um beijo, você faz aquela cara de 'eu avisei'. E fico pensando que adoraria ter teus defeitos, cheios de qualidades por muito e muito tempo perto de mim. Dou valor demais as nossas pequenas besteiras, besteirinhas! Mas é certo que você merece toda essa minha atenção, porque quando o mau humor teima em bater na minha porta é você quem me livra dele, porque pensar em você me tira dos lugares comuns e eu lembro que ninguém é como você. As vezes eu tenho a impressão que você era meu desde outra vida, ou que você acabou de sair de um daqueles filmes clichês, você é um daqueles mocinhos que não da pra não se apaixonar. Mas a nossa história ainda não teve um final feliz, você ainda está longe de mim, às vezes esqueço disso e acordo pensando: 'hoje eu vou visita-lo, ele vai me amolengar bem muito, e eu não vou querer fazer mais nada, só está com ele'. Hoje eu sinto saudade do teu abraço, da tua proximidade, mas eu fico esperando sempre por um novo dia. Um dia onde nossas vontades vão se misturar. 

' se eu morasse aqui pertinho nego, todo dia eu vinha te ver' ♪


Fernanda Barros 

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Cada dia, mais!

'Mudei muito, e não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado.' Caio F.





Sabe aqueles dias que você acorda mal, como se tivesse levantado com o pé esquerdo? Seu cabelo ta feio, sua unha quebrou, sua mãe mandou você lavar uma pilha enorme de pratos e seu pai disse que não ia te dar aquela velha carona até o trabalho? Parece que nada vai dar certo! Bom, HOJE não vai ser um desses dias pra mim. E todos os dias que eu acordo, eu digo isso, digo pra mim mesma! Cada dia será único e não vai ser uma chuva, um ônibus perdido, uma nota baixa que irá me deixar de mal humor, pessoas mal-humoradas constumam ser muito chatas. Sou cada dia mais apaixonada, cada dia mais apaixonada por mim, e esse aumento de amor próprio esta me fazendo ser cada dia mais seletiva. Estou mais seletiva em relação a tudo, precisa me merecer, me provar, me fazer bem,  pra esta do meu lado! Cada dia minhas horas estão ficando mais valiosas! E cada dia eu estou sendo mais! Cada dia estou sendo maior. Então, venha comigo! O meu bom humor será contagiante, eu prometo!



Fernanda Barros


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

É só pedir


Pode ficar a vontade, pede colo, pede lua, cafuné. Quer sorriso? Eu sorrio, por você, pra você. Toma, é teu! Faz o que quiser com ele, brinca, faz malabarismo. Pode pedir, quer vir? Eu deixo! Largo todo o resto pra ficar com você. Poderia largar tudo pra ir também, só é você pedir. Mas pede com carinho, ta? Gosto de tu assim, com o olho brilhando, pura purpurina. Mas se quiser que eu vá embora, pode pedir também, eu posso compreender, aceitar. Não estou dizendo que será fácil, mas pelo menos você agiu da forma que eu mais gosto, você foi sincero. Não digo que vou sem olhar pra trás, isso eu não posso prometer, nossa lembranças, recordações, o nosso passado é história, não tem como apagar, esquecer, tirar da alma. Eu aprendi com alguns sábios livros, letras, filmes, músicas, entre outras coisas que amar é pensar primeiro na felicidade da outra pessoa. Sabendo disso, vou te entender e não vou te querer mal. Aprendi que se tiver de ser, será! Sem poréns,  porquês, ou nenhuma preposição. Aprendi que não sou a unica que espera a outra pessoa tomar uma decisão para decidirmos a partir dessa nossa vida, é como se você tivesse dando seu destino a ela, sem dar. Aprendi que quando você quer alguém, não precisa ter nenhum motivo sólido, o simples fato de ter tudo haver já é o suficiente, sabe? Sem insinuações, desconfianças, sem nenhum mal envolvido, só coisas boas, quando tem que ser seu, é! Simples assim! Por isso, se você quiser que eu fique, que eu volte, que eu ame. É só pedir.

Fernanda Barros

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Que todo grande amor só é bem grande se for triste ♪

Na verdade acho que tudo que é fácil demais é chato. Sabe aquele amigo antigo, distante que você sente uma saudadezinha boa daquelas que aperta o peito e tem uma pitada de amor/paixão? Aquele que te arranca um sorriso bobo sempre que seu pensamento pousa lá, longe, perto dele? Pois é, acho que na maioria das vezes a graça está justamente na distância. Aquela velha história de ter a ausência pra querer a presença, sentir a falta. É como se quando você estivesse com ele, você estivesse fora da sua realidade. Porque, querendo ou não, você não encontra ele na rua por acaso, nem no shopping, nem na praia. É algo planejado. Ele sai de onde ele mora, com o único objetivo de te ver. Vice-e-versa. E durante o tempo que isso acontece, sua rotina muda, seu mundo diminui, e gira ao redor de uma unica pessoa. Naquele curto espaço de tempo, você se doa, sem reservas.  Mas dura pouco, a vida logo te puxa pra realidade, te leva embora, e só resta aquela saudadezinha, que é intensa no início mas, você querendo ou não a correria da vida faz você ir esquecendo. Acho que a palavra certa não é esquecer, é se conformar, se acostumar. Você vai continuar sentindo falta, vai continuar chorando baixinho, escondido, vai continuar querendo que da próxima vez ele chegue perto, perto o suficiente pra você o prender, de corpo e alma - logo você, que nunca se deixou ser presa - perto o suficiente para ser pra sempre. mas esse desejo de ter junto, estar junto, vai se amansando. O ir e vir de pessoas na nossa vida necessita de espaço e o espaço que você ocupa é grande e me sufoca sem a sua presença. Nessa vida corrida ainda temos que encontrar tempo para o amor, para amar. O meu, eu encontro nessas brechas da realidade. Onde tudo vale a pena. Até a próxima visita. :*


Fernanda Barros

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Decifra-me ou te devoro.


Tenho medo de borboletas, demonstro confiança até no gesto de amarrar o cabelo, tenho o nome da minha futura filha escolhido desde que fazia a quinta série, tinha apenas onze anos. Se eu não sei, pergunto. Se eu não conheço, gosto - mistérios me atraem. Pinto minhas unhas dia sim, dia não. Passo semanas sem pinta-las. Sonho em dormir um dia e acordar canhota. Pra mim se acabou, acabou! Quem da tempo é relógio. Mas em compensação, nunca é tarde demais. Nem para o amor, nem para o perdão, alegria, para sonhar além dos astros, dos cometas, das estrelas-cadentes. O universo é mais. Elaboro o meu roteiro a lápis grafite e tenho sempre uma borracha e um marca-texto à mão. Apago o que não me serve, grifo o que for eterno. E assim o ciclo se repete. Com olhar marcante, sorriso frouxo, largo e torto. Não gosto de deixar o pó se acumular em cima dos sentimentos, sendo assim vivo sob constante mudança.



Fernanda Barros

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O amor é fogo que arde... mas quem disse que não dói?




Ontem um amigo distante me disse que eu não deveria desistir do amor. Um dia, eu vou estar andando na rua e sem querer minha bolsa vai cair no chão, um estranho vai pega-la pra mim e eu vou achar esse, o gesto mais lindo que alguém já me fez. Fofo né? Não sabe ele que se tornou dono desse posto, ele se tornou esse alguém, o alguém do gesto mais lindo, quando me disse essas palavras. E é nessas horas que a gente pensa: Amor é foda! Não que eu esteja apaixonada por ele, mas isso prova minha teoria de que pode ser o melhor homem do mundo, feito a molde pra você, se você não gostar, não sentir vontade de ficar junto e não achar tudo que ele fala ou faz fofo, não adianta. O amor é foda. O amor é cego. E o amor é o que nos faz continuar, afinal, sempre temos coisas a se descobrir a aprender, e termos sempre aquela dúvida: será que eu estou amando? porque meu coração esta tão acelerado, descompassado?


Fernanda Barros

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

(ão)



Gosto de pele, cafuné, arrepio, pés com pés, cheiro de roupa limpa, dedos enlaçados, gosto de beijo, no queixo, no pescoço, gosto do toque, olho no olho. Se bater, bateu! Se não bater... paciência! Gosto de telefonemas de madrugada por culpa de um sonho ruim, ou bom, ou uma insônia. Gosto de passar um tempo longe pra sentir a agonia do coração apertado, depois acelerado e depois ficar tentando colocar lógica nisso tudo e tentar entender o descompasso das batidas aqui no peito. Gosto da sensação de acordar pela manhã e pensar: "É, eu fiz a escolha certa!" Gosto assim, limpo, claro, corpo, coração. Gosto quando da certo, assim.

Fernanda Barros

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

'a vida sem freio me leva, me arrasta, me cega,

no momento em que eu queria ver'  ♪






Em um mundo onde as pessoas precisam ser usuárias de drogas - ilícitas ou não - para serem aceitas e em que ser descolado significa ter o maior número de notas vermelhas e a menor porcentagem de gordura corporal, num mundo assim, como o nosso, as pessoas passam cada vez mais por situações dolorosas, sejam elas físicas ou psicológicas. Cada vez mais o número de remédios para dormir, emagrecer, curar a depressão estão em alta e os sonhos cada vez menos requisitados, a vida esta mais dura e pesando cada vez mais e mais cedo. É, a vida esta pesada. E o que fazer quando não aguentamos o peso que carregamos nas costas? Nós desocupamos, retiramos. Item por item, um por um, vamos abrindo espaços até que a bagagem esteja em seu peso ideal, até que os pés não doam tanto e que a vida seja aturável. E nem adianta me enganar, me iludir, dizendo que tiramos coisas ruins da nossa bagagem, sentimentos feios e que são dispensáveis, nós tiramos o indispensável! Eu sei que o que nós puxamos primeiro são sonhos, esperanças e a bondade, são sentimentos bons que podem nos transformar em pessoas melhores, mas no fundo achamos que não são tudo, são apenas letras maiúsculas em inícios de frases que não se sabe quando seram terminadas, se teram vírgulas ou apenas um ponto final. E vai piorando e vamos retirando mais e mais, vontades, desejos e vai nos faltando combustível, força e a gente vai parando, e no fim, chega a aceitação de uma vida mediocre, uma vida sem um dos sentimentos mais importantes, o amor, e pior, uma vida sem o amor na sua forma mais essencial, o amor próprio. De mim, ficam apenas conselhos, de uma pessoa pouco experiente mas com auto-conhecimento, auto-controle e uma consciência bastante considerável: Pense no futuro, a vida passa, as pessoas perdem a graça e cada uma segue seu rumo, você não percebeu isso porque estava bêbado, de ressaca ou em algum hospital por ter dirigido rápido demais. No fim, ninguém se importa se você era uma das populares animadoras de torcida ou um dos garotos estudiosos que passavam horas na biblioteca. Você pode ter perdido o grande amor da sua vida por achar que não estava pronto para um relacionamento sério ou era cedo para se amarrar. Não sabendo você que liberdade é ter alguém pra te prender, que pés enlaçados nos trazem conforto e que não conseguimos nada na vida sozinhos, precisamos de alguém, de um colo. Não quero dizer que a vida da gente se resume a encontrar a outra metade da laranja, mas se você  tem alguém, um amor, um amigo pra dividir o peso da bagagem você consegue ir muito mais longe. Afinal, a beleza acaba, os pais um dia se cansam e esse mundo, ah, esse mundo é mundo cão! Então te cuida, te acha e vê se cria juízo.

Fernanda Barros

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

amor não se mede, porra!




tenho aversão aquelas pessoas que insistem em ter dialogos dessa natureza:
- eu te amo
- eu te amo mais
- nao, eu te amo mais, eu te amo infinito
- eu te amo infinito mais um
AMOR NÃO SE MEDE, PORRA! O amor não pode ser nem mesmo conceituado para poder servir como objeto de comparação. não existem parâmetros a serem analisados, não é como a idade por exemplo, sabemos que joão é mais velho que juca, porque temos pré-estabelecido o conceito de dia mês e ano, o mesmo vale para a altura que precisa do sistema métrico e do nível socio-econômico que depende do saldo bancário e por ai vão infinitas comparações que partem de uma lógica. LÓGICA, esta é a palavra chave, o amor não é lógico, você nem sabe porque você ama aquele idiota. é algo surreal e não comparativo justamente por ser único. toda forma de amor é diferente, não existe essa de amar igual, nem um pai ama os seus dois filhos da mesma maneira. cada dia entendo menos do amor, e nem sei porque insisto nesse tema que só me da dor de cabeça. mas algumas pessoas insistem em achar que podem fazer uma prova onde existiria uma questão de completar do tipo: amar é _____. não tenho nenhuma certeza sobre amar, mas muitas não certezas, o amor não é opcional então você não pode escolher por quem ou pelo que seu coração vai bater mais forte. o amor não é exato, ele pode te deixar na mão a qualquer hora, deixando você pensando 'mas eu gostava tanto dele ontem', é, as coisas mudam. o amor não se pode tocar, pegar, colocar na mochila e levar pra casa! sei que isso são só palavras ditas por mim, que nao tem muita lógica, são afirmações muitas vezes contraditórias e clichês, logo eu que não tenho muita experiência no assunto, mas uma coisa a vida vem me ensinando, todos os dias ela me ensina a ser menos, com pausa, calma e repouso, amar menos, economizar, pra nunca faltar.


Fernanda Barros

domingo, 30 de janeiro de 2011

acho normal,

Acho normal. Acho perfeitamente normal lembrar com carinho que você sempre dava um jeito de me mandar mensagens em datas festivas. Estivesse você casado ou namorando ou ilhado num templo budista, dava um jeito. Era como se dissesse, sem dizer “eu sei que já faz tempo, mas ainda amo você”.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

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Existem lugares que passam a morar dentro da gente.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

apesar de,

"Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente." (Clarice Lispector)